As grandes navegações resultam de uma série de interesses que marcaram a Europa.
O reaquecimento do comércio no final da Idade Média trouxe uma série de transformações na economia e na sociedade européia como um todo. A integração comercial com os países do Oriente sedimentou a formação de um amplo mercado consumidor interessado na compra de produto manufaturados e especiarias provenientes de países como a Índia e China. No entanto, esse comércio era caracterizado por alguns entraves que impediam sua expansão.
Portugal foi o primeiro país europeu a se aventurar pelos mares e vários foram os fatores que contribuíram para esse fato:
· Insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem de moedas;
· Falta de produto agrícola e de mão-de-obra;
· Desejo de expandir a fé cristã;
· Necessidade de novos mercados.
Outros fatores como: Posição geográfica favorável, conhecimentos náuticos, criação precoce de um estado nacional, ajudaram Portugal a ser o primeiro país a se lançar nas grandes navegações.
Além disso, os portugueses passaram a ter contato com as técnicas mais avançadas de navegação conhecidas na época. Nesse período, dom Henrique, filho do rei D. João I, reuniu as experiências de navegadores, cartógrafos e cientistas, criando um conjunto de idéias que ficaria conhecido como Escola de Sagres. É importante afirmar que o que se criou não foi uma escola no concito moderno da palavra. Não se tratava de uma instituição, mas de um local de reunião de mercantes e cientistas, um conjunto de ações do infante Henrique que, aproveitando a ciência dos acadêmicos, desenvolveu novos métodos de navegar, desenhar cartas e adaptar navios.
O sucesso de Vasco da Gama, que contornara a África e atingiria as Índias, levou os portugueses a armarem uma nova frota. Oito meses depois do retorno de Vasco da Gama, em março de 1500, 13 navios estavam prontos para zarpar. A frota era comandada pelo gentil homem, Pedro Álvares Cabral que contava, entre seus capitães, com navegadores famosos como Bartolomeu Dias, que fora o primeiro a dobrar o cabo da Boa Esperança, seu irmão Diogo Dias, Nicolau Coelho, Sancho de Tovar, entre outros. O piloto era Pero Escobar. Integravam também a frota Mestre João, médico e cirurgião do rei e astrólogo; Aires Correia e Pero Vaz de Caminha, esses dois últimos encarregados de fundar as bases da futura feitoria em Calicute; um grupo de franciscanos, dirigido por Frei Henrique de Coimbra e acompanhado de padres seculares, grumetes, marinheiros, soldados e degredados. Ao todo eram quase 1200 pessoas.
O rei determinara Pedro Álvares Cabral que firmasse aliança com o Samorim de Calicute; estabelecesse relações comerciais com o Oriente; e propagasse, naquelas terras, a santa fé católica.
A frota deixou o Tejo a 9 de março de 1500, chegaram às Canárias no dia 14, no dia 22 às Ilhas de Cabo Verde e, em 22 de abril, avistou as costas do que seria a América Portuguesa. Entre esse dia e 2 de maio, foi feito o reconhecimento do litoral do território recém encontrado.
Quando o Brasil foi descoberto, a Coroa Portuguesa esperava encontrar mais metais preciosos na nova terra. Após o descobrimento a América Portuguesa, sem ouro e sem prata, e apesar de tão graciosa, ficou praticamente abandonada durante trinta anos.
O comércio oriental, o chamado sistema asiático de colonização, se fazia por meio de três modalidades: por conquista, sem taxas e sem ônus; por contratos perpétuos com reis e senhores de terras; pelas trocas com nativos. Logo após o descobrimento a América Portuguesa, aplicou-se aqui a primeira modalidade de sistema asiático de colonização. Foram construídas algumas feitoria ao longo da costa nos quais se explorava o pau-brasil, único símile de das mercadorias orientais que os portugueses haviam encontrado nessa nova terra. Essa madeira era usada para a construção de navios e dela se extraía, com a utilização do trabalho indígena, uma tinta vermelha corante de tecidos.
Foi nessa conjuntura que D. João III, rei de Portugal, e seus conselheiros consideraram seriamente a necessidade de iniciar a colonização sistemática da nova terra. Em 1530, D. João III enviou para a América Portuguesa Martim Afonso de Sousa, no comando de uma expedição composta por cinco navios e mais de 400 homens, que além do propósito de defesa do litoral contra navios estrangeiros, devia fundar vilas e pontos fortificados na costa, estabelecendo as primeiras bases permanentes de ocupação do território.
Os portugueses dividiram a terra compreendida entre o litoral e alinha imaginária do Tratado de Tordesilhas em capitanias hereditárias que por direito passavam de pai para filho. Os donatários tinham outros direitos e deveres que eram estipulados nos dois estatutos jurídicos que regeram esse sistema: as cartas de doações e as forais.
Doze donatários receberam 14 capitanias em 15 parcelas: uma das capitanias tinha dois quinhões de terras e dois donatários receberam duas capitanias.
Tomé de Souza, o primeiro governador geral, devia, além das atribuições no documento, controlar a exploração do pau-brasil, defender a América Portuguesa das invasões estrangeiras e dos ataques indígenas; promover o povoamento das terras e, principalmente, coordenar o governo das capitanias, evitando, tanto quanto possível, a desobediência e os tumultos dos vassalos.
O governo Geral ficou sediado na Bahia, capitania cujo capitão-donatário havia sido morto pelos índios e que se tornou a primeira capitania real.
Era uma instituição diretamente ligada à Metrópole, composta por governador geral, pelo provedor-mor, responsável pelos negócios da Fazenda Real (finanças) e pelo ouvidor-mor, que devia cuidar da justiça na América Portuguesa. Com a instalação do Governo Geral, os donatários perdiam os poderes exclusivos em relação à cobrança de impostos reais, à justiça e a defesa do território.
Era uma instituição diretamente ligada à Metrópole, composta por governador geral, pelo provedor-mor, responsável pelos negócios da Fazenda Real (finanças) e pelo ouvidor-mor, que devia cuidar da justiça na América Portuguesa. Com a instalação do Governo Geral, os donatários perdiam os poderes exclusivos em relação à cobrança de impostos reais, à justiça e a defesa do território.
Em 1580, Portugal foi submetido ao domínio da Espanha, período que ficou conhecido como a União Ibérica. Desde a Independência do Condado Portucalense de Castela, no século XIII, a Espanha tinha a pretensão de unir-se a Portugal. Com a morte de Carlos V, rei de Áustria e Espanha, subiu ao trono espanhol Filipe II, que herdara de Carlos V a obsessão de criar um império por meio da anexação dos reinos cristão da Província. Assim o domínio espanhol sobre Portugal, iniciado em 1580, refletia, além das necessidades econômicas dos dois reinos, uma fatalidade do imperialismo de Filipe II em razão da crise dinástica pela qual passava à época, o reino português.
Em razão da estreita ligação dos comerciantes espanhóis com a camada enriquecida de Portugal, interessada em estender o tráfico negreiro para a América Espanhola e em participar da armação de barcos de transporte, o Partido Filipino levou a melhor e Portugal foi rapidamente ocupado após a invasão militar comandada pelo Duque D’Alba e o sucesso espanhol na batalha de Alcântara, em 1580.
Da União Ibérica resultou uma mudança na orientação do povoamento com a interiorização da América Portuguesa. Nos anos de domínio espanhol, que se estenderam até 1640, o Norte e o Nordeste foram efetivamente conquistados ao lado da expansão e da exploração do Sul.
Mas o principal acontecimento na América Portuguesa que derivou da União Ibérica foi a invasão holandesa no Nordeste brasileiro. No contexto da união das coroas ibérica, a Holanda, que era um domínio da Espanha, lutava independência. Como conseqüência dessa luta, a Espanha impediu a continuidade da comercialização do açúcar brasileiro pelos negociantes holandeses, proibindo seus navios de aportarem em Lisboa, então sob domínio espanhol.
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“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
Fernando Pessoa
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
FERREIA, João Paulo M.H. Nova História Integrada, 2ª ed. Módulo Editora, Curitiba, 2010.
SILVA FILHO, João Bernardo; ANASTASIA, Carla Maria J. Ciências Humanas e sua tecnologias - História e Geografia: Ensino médio, IBEP, São Paulo, 2005.
http://www.infoescola.com/historia/grandesnavegacoes/
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COMPONENTES
Geruza Barbosa
Juscineide Brito
Maria José
Marinalda
Neide
Valnicema Araujo
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